As mulheres não estão alcançando cargos de alto nível nas cooperativas de crédito porque muitas não estão sendo “percebidas” pelo sistema, alertam especialistas.

Esta situação - conhecida como o problema do pipeline, foi estudada pelo Filene Research Institute para a Rede Global de Mulheres Líderes, GWLN. Os resultados foram discutidos em sua primeira Cúpula Anual de Preparação Executiva, que visa promover as mulheres em cargos de liderança.

O evento foi concebido para abordar uma das principais barreiras que impedem as mulheres de atingir altos cargos executivos seniores.

Calyn Ostrowski, que lidera a Rede e é diretora executiva da Fundação Mundial para Cooperativas de Crédito, disse: "As mulheres muitas vezes começam a trabalhar para cooperativas de crédito em papéis e departamentos de nível inferior que não levam diretamente à diretoria executiva. Simultaneamente, as conversas com recrutadores de cooperativas de crédito e diretores de RH observaram a dificuldade de identificar mulheres para integrarem o “pipeline” para postos ofertados em nível executivo".

Ingrid Vanderveldt, executiva-chefe da iniciativa Empoderar um milhão de mulheres até 2020, Empowering a Billion Women by 2020, disse à cúpula que, enquanto as mulheres controlavam 80% da carteira global, 91% das mulheres sentiam que os anunciantes não as entendiam. Mais mulheres em cargos executivos poderiam ajudar a preencher essa lacuna, argumentou ela.

Erin Wolf, o facilitador da cúpula de dois dias, que é sócio-gerente da SuiteTrack, acrescentou que as entrelinhas das regras de negócios podem manter as mulheres atrás do nível executivo. "Enquanto 70% das pequenas cooperativas de crédito podem ser administradas por mulheres, apenas 14% das que detêm bilhões de dólares de ativos são lideradas por uma CEO feminina", afirmou ela. "Antes de quebrar as regras, você tem que saber que há um jogo acontecendo", acrescentou.

A Sra. Wolf explicou como as regras do tipo "se você estiver 20% pronto, você estará 100% pronto". As mulheres muitas vezes se certificam de ter todas as habilidades necessárias antes de se mudar para uma posição mais elevada, enquanto os homens estão inteiramente confiantes com 20% de atendimento aos requisitos”, disse ela.

A CEO da CommunityAmerica Credit Union, Lisa Ginter, recomendou aos participantes que sempre identificassem e, em seguida, preenchessem as lacunas de habilidades e conhecimento que eles encontraram durante sua escalada de liderança executiva.

No segundo dia da cúpula, a CEO da CU Innovate, Stacie VanDenBerghe, deu o exemplo da Maratona de Boston de 1967 na qual Kathy Switzer foi a primeira mulher a se registrar sob seu próprio nome e correu, apesar do diretor da corrida tentar puxá-la para fora do curso.

Ela disse que a história foi uma ótima lição de liderança. Nunca deixe ninguém intimidar você, trabalhe com e para pessoas que acreditam em você, conheça o seu valor, ninguém vai acreditar em você se você não acredita, nunca deixe de aprender, e você não precisa ser querida para ser respeitada, ela aconselhou as presentes.

Os participantes da cúpula também preencheram uma avaliação da DiSC, que ajuda a determinar a personalidade de alguém e identificar pontos fortes e fracos para trabalhar. Depois de receber os resultados, eles conversaram com Erin Wolf e outros oradores, que analisaram os relatórios e deram feedback.

Os delegados receberam um plano de ação pessoal para orientar o caminho para a diretoria executiva.

"Nosso objetivo é maximizar seus talentos para que você possa estar munida de habilidades quea tornem maior, melhor e líderes mais ousadas amanhã; em última instância, levando a um aumento do grupo de candidatas à diretoria executiva com status ‘pronta em breve’ e ‘pronta agora’, disse a Sra. Ostrowski.

Fonte: https://www.thenews.coop/124977/sector/cultivate-women-leadership-roles-credit-unions/#.WlTTP8_jcTA.mailto (acesso em 15 de jan de 2017).